Nossa! Já se passaram pouco mais de 5 meses desde a última vez que entrei aqui para escrever. Minha ideia era lançar o blog em janeiro de 2021. Ano novo, aquela pré-disposição para dar inícios. E como este é um projeto que tem todo o meu coração e minha alma envolvidos, queria lançar com energia de recomeço mesmo, trazendo inspiração e fé em dias melhores para as pessoas. Claro, eu sabia que com a virada do ano os desafios de 2020 não iam desaparecer, mas a gente sempre tem uma energia de positividade em inícios de ano, né?! Por isso, a princípio, eu tinha colocado essa data na minha cabeça.
Mas as coisas nem sempre são como a gente planeja. E por ter aprendido muito sobre isso no ano passado, eu nem me cobrei por não ter conseguido, como antes o faria, pois hoje conheço minha ciclicidade, meus limites. Tantas coisas aconteceram desde o último post…
Há muito tempo tenho tido vontade de retomar. Afinal, escrever e compartilhar essas minhas experiências é, com certeza, uma das coisas que eu mais gosto de fazer. Mas nosso corpo e nossa mente sabem quando é e quando não é o momento. Hoje, resolvi sentar e retomar. Quando pensei na configuração do céu, lembrei que estamos com lua cheia em Virgem. No meu caso, pegando diretamente a casa 4 do mapa natal. Lua cheia por si só já fala de sentimentos transbordando, né, gente. E por aqui, evidenciando a casa 4, estamos falando de uma energia muito forte de família, raízes, antepassados. É… acho que foi a força dessa lua que me colocou sentada aqui e preparada para me reorganizar. Claro, né! Qual outro signo poderia melhor trabalhar a energia de reorganização que não Virgem?!
Pois bem. Então vamos retomar. : )
No último post, contei sobre minha oferenda para Iemanjá lá em Maresias. Naquele dia – que foi em 31 de agosto de 2020 – eu pedi com toda a minha fé: “Mãe de todos os Orixás, se for para eu ser mãe, me abençoe com um filho saudável e que venha para nos trazer muita felicidade”, assim eu disse, olhando hipnotizada para a imensidão do mar.
Em meados de setembro nós voltamos da praia e poucos dias depois de termos chegado, eu soube que minha avó tinha pego Covid. Pausa para contextualizar vovó e minha relação com ela.
Muita gente fala que avós são segundas mães. Sim, eu sinto muito isso. Pelas minhas duas avós. Mas essa minha avó em questão, mãe do meu pai, exerceu mesmo – ali, dia a dia – um papel de mãe na minha vida durante 8 anos. Como meus pais moravam no interior e eu, assim que me formei – em Campinas – queria voltar para São Paulo (na verdade, a família toda é de Sampa, mas nos mudamos para Indaiatuba em 2003, quando eu tinha 16 anos), fui de mala e cuia para a casa da vovó Manuda (Marilda, na verdade, mas sempre chamamos ela de Manuda) no comecinho de 2009, para encarar meu primeiro emprego.
Ai, gente. Como é lindo lembrar desse tempo. Cada coisa que eu vivi com a minha amada vovó. O privilégio de ter morado com ela. Simplesmente inesquecível. E muita gratidão. Muita mesmo. Até um dia que brigamos, hoje eu dou risada lembrando. E agora, escrevendo, tô sabendo que não ia dar conta de escrever isso antes mesmo. Estaria em prantos. Mas… não é que eu tô feliz?! Lembrar dela para mim é só motivo de felicidade.
Mas, voltando. Casei em setembro de 2016 e semanas depois me mudei. Tínhamos acabado de perder meu avô, marido dela, em agosto. Tadinha, ela estava arrasada. Mas sempre muito forte e alto astral, apesar de uns perrengues do início do luto, vovó continuou na ativa. Sempre querendo saber da vida de todo mundo. Das novidades. A gente nem se dava conta que ela estava chegando aos 90. Ela dizia “Depois que seu avô faleceu, eu não vejo mais muita graça nas coisas… acho que estou deprimida”. E eu pensava “Ué, gente… isso é não ver graça?”, pois ela sempre se fazia de ótima, por nós, e, então, eu sempre achava que estava tudo bem. Mas a verdade é que ela estava sim sofrendo um luto interminável e todo esse sentimento acabou se manifestando no corpo físico. Em julho do ano passado – siiim, 2020, que já tava daquele jeito -, a notícia… um tumor nas vias biliares.
E o mundo desmoronou na cabeça da família Mesquita. Mas, como sempre digo, apesar das dificuldades, só temos a agradecer. Ela estava nas mãos de uma equipe excelente de médicos. O tratamento começou dando super certo. Quando recebemos a notícia, eu corri na Dona Olga para ver se o tarô me trazia um conforto. Ela disse “Sua avó vai sair do hospital, mas cuidado, ela não pode pegar Covid, pois pode desmoronar todo o tratamento que está sendo construído.” – e a carta que tinha saído era a temida “A Torre”, mas a interpretação me deixou, apesar de alerta, mais tranquila.
E aí, como já adiantei, logo que chegamos da praia, em setembro, veio a notícia do Covid. Decidi que quem ia para o hospital ajudar nos cuidados com ela seria eu. Foram pouco mais de 14 dias até a alta. E, aparentemente, o Covid não tinha trazido grandes complicações. Uma fênix, pensei. E foi mesmo. Mas semanas depois, dores e desconfortos levaram ela de volta ao hospital. E o tumor tinha crescido. Havia uma suspeita de que isso havia acontecido por falta da quimio naqueles 14 dias – já que o foco era o Covid.
Bom, acho que não é o caso de descrever toda luta que veio depois disso. Mas uma coisa é importante. Fizemos um compromisso em família de mentalizar todo dia às 18h a sua cura, agradecendo também por todo caminho percorrido até então. Claro que cada um fez do seu jeito, mas tinha uma coisa em comum. Pedíamos que ela pudesse passar o Natal com a gente.
Chegou dezembro e, em meio às minhas orações, um atraso menstrual. Pensei “Deus… será que ganharei esse presente de Natal que estou pensando, bem nesse momento?!…”. E no dia 22, o teste positivo. É gente… TESTE POSITIVO! Guardando aqui minha euforia para contar tudo sobre essa bênção no próximo post.
No dia 25, estava eu lá com a vovó (que, sim, passou o Natal com a gente) e contei a novidade pra ela, sendo que ninguém sabia ainda. Só eu e o Dani. Ela já estava fraquinha e com muito sono, mas olhou pra mim e disse “Obrigada por me contar, vou sonhar com isso”. E eu nem sei explicar o que eu senti de poder ter tido a oportunidade de compartilhar esse momento com ela.
Poucos dias depois do Natal, ela voltou para o hospital. Mas, dessa vez, eu estava sentindo que a situação estava mais complicada. Lá fui eu para a Dona Olga. Ela disse que vovó ainda tinha chance de se recuperar e que ela ia conhecer o meu filho (ela disse que seria um menino). Para encurtar a história, no dia 17 de janeiro de 2021, Deus veio buscar a minha amada avó e levou nossa eterna Manuda para o seu reino divino.
Fiquei durante muitos dias pensando “Poxa, será que a Dona Olga errou? Ela sempre foi tão certeira em minha previsões. O que será que aconteceu?”. É óbvio que o tarô é uma ferramenta, além de autoconhecimento, de indicações sobre possibilidades futuras. Possibilidades! Assim como eu tenho dito muitas vezes por aqui, acredito que tudo que acontece em nossa vida é um reflexo de atitudes diárias, do fluxo de energia que nos conectamos e mais uma série de coisas. Eu não sei, mas algo no meio do caminho mudou o rumo do que havia aparecido naquela previsão. E tudo bem. Para mim, isso não descredibiliza a ferramenta, a energia trocada na leitura, as indicações que os bons espíritos nos trazem nesses rituais… Eu ainda prefiro esperar para entender o que ela quis dizer com “ela vai conhecer o seu filho”. Vai que a resposta ainda chega pra mim.
E agora sim! Vamos falar do milagre da vida. Pois no ano em que Deus levou para perto dele uma das pessoas mais importantes da minha vida, ele me enviará aquela que será, com certeza, a mais importante de todas. O meu filho!
Tudo sobre os primeiros três meses do Davi no próximo post. ❤
Querida Bruna, presente de Deus em minha vida!!! Que Deus abençoe sua família linda e cheia de amor sempre!!! Que seu filho seja uma benção na vida de vcs todos!!! Agradeço ter o privilégio de acompanhar suas crenças e fazer parte de um pedacinho da sua vida!!! Parabéns!! Sua escrita é deliciosa de se ler!!! Sua vida iluminada!!! Seja feliz!! Vc merece!!! Sim sim todas as respostas tem sua hora certa!!! Paciência, dedicação e fé!!! Amo vc de 🧡
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Bruna, minha filha postiça, só hoje conheci seu blog, que orgulho de você, compartilhando suas experiências e seus conhecimentos de forma clara, precisa, incisiva.
Percebo que seu blog, como você, já faz parte da minha vida.
Te amo.
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